Nas lendas transmontanas, há uma
figura sinistra frequentemente referenciada: o olharapo. Como aparece em vários
livros meus, amiúde me questionam, especialmente as crianças, sobre tal
criatura. Trata-se de um gigante antropófago, violento e feroz, que tem a
particularidade de possuir um único olho no centro da testa. As lendas situam
os olharapos nas montanhas de Trás-os-Montes e da Galiza, onde noutros tempos
inquietavam pastores e outros seres indefesos. O que lhe sobra em força e em
tamanho, falta-lhe em produtividade e, sobretudo, em inteligência. A tradição
popular reconhece também a existência da olharapa. Por vezes, o olharapo é
ainda designado por “olhapim”. Daí que, no concelho de Vinhais tenhamos ouvido
este provérbio: “Na terra dos olhapins, quem tem dois olhos é rei”. Esta figura
do maravilhoso transmontano apresenta algumas semelhanças com a figura dos “ciclopes”,
que eram seres da mitologia grega, filhos do Céu e da Terra e a quem, devido à
sua força sobre-humana, era atribuída a construção de imponentes muralhas, que,
por isso, se chamavam “ciclópicas”. Segundo a mitologia grega, Júpiter
empregava os “ciclopes” na fabricação do raio, razão por que estes terão sido
mortos por Apolo que, dessa forma, vingou a morte do seu filho Esculápio que
fora fulminado por Júpiter.
domingo, 29 de março de 2015
sexta-feira, 27 de março de 2015
Hoje, Dia Mundial do Teatro
O teatro vive de ficções, mas sobrevive, quase sempre, no seio de uma realidade cruel, a da indiferença de quem governa a cultura, onde, no lusco-fusco dos palcos vazios, agoniza uma mentalidade neoliberal conspurcada na fealdade do seu próprio absurdo.
Neste dia, presto a minha homenagem a todas as companhias de teatro. Em especial às que labutam no interior rural. E uma palavra de reconhecimento à FILANDORRA - Teatro do Nordeste, pela forma inteligente e ousada como tem levado ao palco alguns dos meus livros. AP
Neste dia, presto a minha homenagem a todas as companhias de teatro. Em especial às que labutam no interior rural. E uma palavra de reconhecimento à FILANDORRA - Teatro do Nordeste, pela forma inteligente e ousada como tem levado ao palco alguns dos meus livros. AP
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