segunda-feira, 12 de novembro de 2012

O Tesouro dos Maruxinhos


Plano Nacional de Leitura
Livro recomendado para leitura orientada na sala de aula com alunos do 5º e 6º ano de escolaridade que ainda não adquiriram hábitos de leitura.

 «O Tesouro dos Maruxinhos dá-te a conhecer antigas lendas que perduram na memória dos povos da fronteira, no Norte de Portugal. Vais conhecer histórias que falam de uma raça de pequenos seres mitológicos, pequenos duendes, que viviam nas ruínas de velhos castros ou em grutas misteriosas que passam por baixo das aldeias. São os maruxinhos.
Miudinhos de corpo, orelhudos, rosto enrugado, olhos vivos, garras em vez de mãos - tal é o aspecto destes seres elementais da natureza, conforme narram as lendas.
Ainda hoje o povo exclama: "És fino como um maruxinho!". Para dizer o quê? Duas coisas: que é esperto e matreiro; ou que é miudinho e esguio, e em qualquer frincha se esconde. São assim os heróis destas histórias!»
 
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sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Diabos, Diabritos e Outros Mafarricos



Plano Nacional de Leitura
Livro recomendado para o 3º ano de escolaridade destinado a leitura autónoma e leitura com apoio do professor ou dos pais.

«Estas histórias viajaram no tempo através da tradição oral. E da tradição oral viajaram para o livro, onde o escritor as recontou. São velhos contos populares e lendas que valem pela graça que têm, pelas mensagens que transmitem e por darem a conhecer às crianças de hoje alguns dos seres míticos rurais»
 
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quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Contos ao Vento com Demónios Dentro



Plano Nacional de Leitura
Livro recomendado para o 4º ano de escolaridade, destinado a leitura autónoma e leitura com apoio do professor ou dos pais.

 «São histórias da tradição oral recontadas e recriadas com muita graça e humor.
Histórias que saíram de uma biblioteca chamada Memória e que encantaram gerações de avós, pais e netos.
Histórias fantásticas, mágicas, brincalhonas…
Histórias de diabruras, onde o chefe supremo do Mal, o promotor de todos os medos, acaba sempre derrotado.»
 
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quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Magalhães nos Olhos de um Menino


Autoria partilhada com Simone de Fátima Gonçalves e Rui Pedro Lourenço.


Sinopse:

Esta é a história de Magalhães, o grande Navegador, senhor dos Oceanos, narrada por um avô a seu neto a bordo de um luxuoso navio, num cruzeiro pelo estreito da América do Sul que tem o seu nome.
É, por isso, uma história repleta de aventuras, tormentos e mistérios, dominada pela visão inquietante de sereias, gigantes e monstros marinhos. A história do Homem que provou não haver um fim para o mar e mostrou ao mundo que, quando os sonhos são infinitos… nem a lei da morte os pode travar!
 
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terça-feira, 6 de novembro de 2012

Balada das Sete Fadas

 
"São histórias feitas de versos, de rimas, de ritmos. Histórias que fazem eco. Histórias para ler, recitar, cantar, saborear e, sobretudo, pensar. Todo o livro foi concebido para ajudar a criança a descobrir o fascínio da leitura pelo fascínio das palavras, das rimas delicadas, dos sons, e da voz que nelas ecoam. Afinal, a magia de todas as histórias é sempre feita do eco que as palavras produzem em nós."
 
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segunda-feira, 5 de novembro de 2012

CONTOS DE ANIMAIS como contaram aos pais dos nossos pais


Histórias antigas, tão antigas que já correram na memória de muitas gerações (filhos, pais, avós e netos…). Histórias que valem por serem antigas, pedagógicas e engraçadas.
Nelas, os animais acusam as malícias dos humanos, promovem preocupações ecológicas… e, por seu intermédio, a Natureza fala. E fala com estilo, elegância, jogos de rimas e muito humor.
São histórias recriadas da tradição oral, tal o jeito narrativo de quem as traz até nós.

Mais informação:
http://www.wook.pt/ficha/contos-de-animais/a/id/11822448

 

Bruxas, Feiticeiras e suas Maroteiras


«A bruxa nasce, a feiticeira faz-se» - diz o povo. E também diz: «Cá e lá, más fadas há». Mas quem são, afinal, estes seres fantásticos que habitam o imaginário popular?

As histórias deste livro, todas elas com muita graça e humor, ajudam na resposta. Trata-se de velhos contos e lendas que viajaram no tempo através da tradição oral. E da tradição oral viajaram para o livro onde o escritor os recontou, para que às crianças de hoje e de amanhã cheguem também os ecos da nossa memória.

Mais informações:

http://www.wook.pt/ficha/bruxas-feiticeiras-e-suas-maroteiras/a/id/34316
 

domingo, 4 de novembro de 2012

Histórias de Arte e Manhas


As histórias deste livro têm a sua origem na tradição oral e são versões recontadas e recriadas a partir de contos e lendas de uma vasta colecção de literatura oral tradicional que o escritor tem vindo a compilar e a estudar.Viajaram com jograis, peregrinos, romeiros, e passaram de pais para filhos, até serem recolhidas em zonas isoladas de Trás-os-Montes.

Mais informação:
http://www.wook.pt/ficha/historias-de-arte-e-manhas/a/id/165960
 

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Vou Morar no Arco-Íris



Plano Nacional de Leitura
Livro recomendado para apoio a projectos relacionados com Natureza/Defesa do Ambiente para os 3º, 4º, 5º e 6 anos de escolaridade.

Vou Morar no Arco-Íris é um livro de histórias em verso, histórias de sabor ecológico, onde a Natureza é um bem supremo. Foi concebido para todas as crianças, mesmo para aquelas que ainda não aprenderam a ler. E porquê? Primeiro, porque é preciso gostar de brincar para aprender a gostar de brincar com as palavras. Depois, porque é neste jogo divertido, brincalhão, que, aos poucos, vai nascendo o prazer da leitura e da escrita. Não admira, por isso, que este livro, que este livro esteja cheio de histórias que rimam. Histórias para ler, reler, recitar...e até cantar!
 
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quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Memórias de um Cavalinho de Pau


Plano Nacional de Leitura
Livro recomendado para o 3º ano de escolaridade destinado a leitura autónoma e a leitura com apoio do professor ou dos pais.

"Esta é a história de um brinquedo mágico: um cavalinho de pau. Um cavalinho que atravessou uma, duas, três gerações de meninos. Tem por isso muito para contar. Mas com o desfiar de memórias deste brinquedo mágico, narra-se também a história fascinante de uma velha quinta do Alto Douro, onde se cruzam todos os encantos, aventuras e mistérios."

Mais informações:

http://www.wook.pt/ficha/memorias-de-um-cavalinho-de-pau/a/id/190083
 

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Histórias a Rimar para Ler e Brincar

 
 
Plano Nacional de Leitura
Livro recomendado para o 2º ano de escolaridade destinado a leitura orientada na sala de aula - Grau de Dificuldade II.

Porque nos dá tanto prazer dizer e repetir certas expressões e certas palavras? Claro que é pelo eco que elas produzem. E quando esse eco ressoa fora de nós e dentro de nós, tanto melhor. É o caso do livro Histórias a Rimar para Ler e Brincar. Vale pelo poder mágico das histórias, mas vale também por serem histórias que rimam. Histórias com eco. Histórias que dá gosto ler, ouvir, aprender e depois... contar.

Mais informações:
http://www.wook.pt/ficha/historias-a-rimar-para-ler-e-brincar/a/id/190073
 

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Lobos, Raposas, Leões e Outros Figurões


Plano Nacional de Leitura
Livro recomendado para o 3º ano de escolaridade, destinado a leitura autónoma e leitura com apoio do professor ou dos pais.

Lobos, Raposas, Leões... e Outros Figurões é um livro cómico, brincalhão, agradável e útil para todos. Especialmente para as crianças. As história provêm da tradição oral. Passaram por isso de geração em geração e são aqui recontadas e recriadas numa linguagem lúdica, ritmada e saborosa, bem ao gosto das crianças de hoje. Os animais dos contos são personagens carregadas de simbolismo, cruzando-se nelas os traços temperamentais dos seres humanos: os seus vícios, as suas virtudes, a sua moral. No final do livro, o autor apresenta e homenageia as fontes narradoras que trouxeram até si estes tesouros da memória.

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domingo, 28 de outubro de 2012

O Rei na Barriga



Plano Nacional de Leitura
Livro recomendado para o 1º ano de escolaridade destinado a leitura autónoma e/ou leitura com apoio do professor ou dos pais.

Sabiam que a expressão, hoje tão conhecida, “ter um rei na barriga” já vem de tempos longínquos, como demonstra o conto popular que aqui se publica? E que também ele é muito, muito antigo? Tão antigo como os reis, os príncipes, os castelos e os seres encantados que entram em tantas e tão belas histórias da tradição oral?
Mas é bom saber também que, tanto a história “O rei na barriga” como as outras duas (“A velhinha e os ladrões” e “O pastorinho e a flauta”) que este livro apresenta, para aqui chegarem galgaram países, montanhas, cidades e aldeias. Entraram e saíram em palácios, nos lares humildes das serras, nas choupanas dos pastores. Fizeram, por isso, uma viagem imparável, de geração em geração, na voz dos narradores da memória.
 
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Contos de Animais com Manhas de Gente



Plano Nacional de Leitura
Livro recomendado no programa de Português do 3º ano de escolaridade, destinado a leitura orientada na sala de aula - Grau de Dificuldade I.

As histórias deste livro fazem parte da tradição oral. Por isso, voaram no tempo, de geração em geração, nas asas da memória dos seus narradores. Ao recriá-las para o livro, quis o escritor que outras asas as levassem mais longe. São histórias de animais que falam de gente: dos seus vícios, virtudes, diabruras. Com graça e humor, com ironia e verdades do povo. São histórias e verdades de sempre.

Mais informação

http://www.wook.pt/ficha/contos-de-animais-com-manhas-de-gente/a/id/8984145


 

A Mala Vazia



Plano Nacional de Leitura
Livro recomendado para o 1º ano de escolaridade destinado a leitura autónoma e/ou leitura com apoio do professor ou dos pais.

Reforçadas pelo jogo lúdico das rimas, do ritmo e das imagens, estas histórias convidam todos, especialmente os mais pequenos, a uma leitura interessada e aprazível. Algumas trazem ainda o eco de antigas canções pastoris e canções de berço. Um eco que liga as crianças de hoje à memória das crianças de sempre. São histórias de ler e de ouvir. Histórias de dizer a brincar. De contar e recontar. Histórias onde o sonho e a fantasia dão que pensar.

Mais informações:
http://www.wook.pt/ficha/a-mala-vazia/a/id/8984146
 

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Branca Flor, o Príncipe e o Demónio


Plano Nacional de Leitura
Livro recomendado para o 2º ano de escolaridade destinado a leitura orientada na sala de aula - Grau de Dificuldade II.

A história Branca Flor, o Príncipe e o Demónio faz parte da tradição oral transmontana. É uma história que vem do tempo dos reis, dos castelos e das fadas, e que os avós, quando meninos, já ouviam contar aos seus avós. É portanto uma história que percorreu muitas gerações e muitas terras, trazida por jograis, trovadores e almocreves.

Mais informações:

http://www.wook.pt/ficha/branca-flor-o-principe-e-o-demonio/a/id/40764
 

As Três Touquinhas Brancas


Plano Nacional de Leitura
Livro recomendado para o 2º ano de escolaridade destinados a leitura orientada na sala de aula.


Ilustrado por Jorge Miguel, o livro é constituído por quatro histórias recriadas a partir de documentos da tradição oral transmontana (“As três touquinhas brancas”; “A menina, a madrasta e a fada”; “O gigante e o anão”; “Maria da Silva, pastora e rainha”). São histórias do maravilhoso infantil que encantaram gerações e gerações, e onde é incontornável a presença de algumas figuras da mitologia popular, como o lobisomem, a fada, a madrasta e o gigante olharapo. Histórias de grande alcance formativo, onde a ludicidade do imaginário ajuda a perceber, junto do público infantil, as dicotomias entre o bem e o mal, a lealdade e a hipocrisia, a verdade e a mentira, a humildade e a opulência, ou a desilusão e a esperança.
 
Mais informações:
 

Histórias de Natal Contadas em Verso

 

Plano Nacional de Leitura
Livro recomendado para projectos relacionados com o Natal nos 3º, 4º, 5º e 6º anos de escolaridade.

Histórias de Natal Contadas em Verso é um livro que procura recuperar o imaginário natalício nas suas expressões mais originais e mais puras. Por isso, nestas paginas, o conceito de Natal aparece rodeado dos valores universais da amizade e da fraternidade, seja no teor das histórias seja na simbologia das personagens: o palhacinho, o gaiteiro, a moleirinha, os pastores, os três reis do Oriente, entre outros.
A enriquecer o livro, há ainda uma pequena peça de teatro de Natal ( " A Procura de Uma Estrela " ) para ser representada pelos mais pequenos na sala de aula ou em festas natalícias, e que pode constituir-se num excelente instrumento também para professores, educadores e pais.

 
Mais informações:
 
 

A Princesinha dos Bordados de Ouro



Sinopse da editora (divulgada em 1996):

É uma história de amor, quase impossível, entre uma princesa e um jovem plebeu que por ela “pagou” vinte moedas de ouro. Uma história que nos transporta para o tempo longínquo e indefinido do “era uma vez”, e que trata de mouros, raptos, cativeiros, mercadores, e, como não podia deixar de ser, de um rei severo, um palácio e… um misterioso arlequim. As ilustrações pertencem ao jovem e promissor artista plástico José Saraiva.


Mais informações:

www.wook.pt/ficha/a-princesinha-dos-bordados-de-ouro/a/id/125978
 

Chovia Ouro no Bosque


Sinopse da editora (divulgada em 1996):

Trata-se de um conjunto de histórias para crianças, concebidas para fomentar nelas o gosto pela leitura, associado ao prazer de recuperar, através do livro, os hábitos tradicionais de contar as histórias em família, sobretudo nos longos serões de inverno. É por isso inevitável a presença de fadas, encantamentos, mistérios, tesouros, lobos maus e outros animais que falam. Os títulos da histórias ("O galo vaidoso", "O pastorinho e a fada", "A história de três animais vadios", "Chovia ouro no bosque", "O mistério do velho moinho" e "O lobo faminto e a raposa matreira") são, por si só, uma boa sugestão. Igualmente sugestivas são as ilustrações da obra, da autoria de Onofre Varela.
 
 
Mais informações:
 
 

domingo, 21 de outubro de 2012

Manuel António Pina



São sempre muito escassas e frágeis as palavras quando queremos traduzir os sentimentos mais profundos da amizade e da admiração no momento em que vemos partir um companheiro.

Manuel António Pina, sepultado hoje na cidade do Porto, deixa a sua marca no tempo. Deixa-a nos livros e nas páginas dos jornais e revistas, mas deixa-a em especial no coração dos que tiveram a sorte de o ter por perto. Foi a seu convite, enquanto coordenador da secção cultural do JORNAL DE NOTÍCIAS, que aí iniciei a minha colaboração a partir dos finais do século passado, após ter abandonado vinte anos de jornalismo profissional.

A cultura fica agora mais pobre, todos o dirão, ou não tivesse sido um dos autores mais premiados da lusofonia. Mas pobre fica também a cidadania, onde o eco de vozes corajosas, sábias e responsáveis, tanta falta faz.


Alexandre Parafita
In Diário de Trás-os-Montes
 

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Aquilino Ribeiro Machado

Filho do escritor Aquilino Ribeiro, de quem herdou a fibra de intelectual interventivo, e neto de Bernardino Machado, que foi duas vezes Presidente da República nos anos conturbados do primeiro quartel do século XX, Aquilino Ribeiro Machado faleceu anteontem à noite, com 82 anos de idade. Foi o primeiro presidente da Câmara Municipal de Lisboa eleito após a revolução de Abril e fora também um dos fundadores do Partido Socialista. Deixa um historial de vida que importa conhecer e honrar.
Senhor de um pensamento lúcido até ao fim da sua vida, deixou escrito já perto do termo dos seus dias: «A democracia cada vez se assemelha mais, entre nós, a uma velha mangueira carregada de água, que aqui está cheia de bossas e à frente magrinha pelo fluir menos afogado da corrente que a atravessa. Quer no sitio das bossas quer no dos estrangulamentos, ameaça, a todo o momento, rebentar.»
Uma grande lição para aprender e ter bem presente nos dias que correm!
Alexandre Parafita
In Diário de Trás-os-Montes

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Júlio Montalvão Machado: a cultura ficou mais pobre



Foi conhecida esta noite a morte de Júlio Montalvão Machado, médico flaviense, conhecido especialmente como político, historiador e homem de letras. A Região perde, assim, uma figura que muito fez pela cultura e pela afirmação da transmontaneidade.
Como Governador Civil de Vila Real, nos anos que se seguiram ao 25 de Abril, teve papel relevante na fundação da nossa Universidade, ao reunir e impulsionar as forças vivas locais em torno do projecto emergente do então Instituto Politécnico.
Como homem de cultura escreveu algumas das páginas fundamentais na compreensão da história antiga e moderna da região transmontana, sendo de realçar a obra “Crónica da Vila Velha de Chaves”, a par de valiosos estudos sobre a implantação da República, a história dos Defensores de Chaves e a vida do antigo Primeiro-Ministro e seu familiar António Granjo, cruelmente assassinado na famigerada Noite Sangrenta da 1ª República.

         Pessoalmente, devo-lhe a gratidão da sua amizade, que deixou vincada em vários momentos inesquecíveis, em especial na apresentação que fez do meu livro “A Mitologia dos Mouros”, em Valpaços, onde aprendi quase tanto como durante os meses em que o escrevi.  
Alexandre Parafita
in Diário de Trás-os-Montes
Na foto de:  
o Presidente da Câmara de Valpaços, Eng. Francisco Tavares, 
o então Governador Civil, Dr. António Martinho, eu próprio, 
e o Dr. Júlio Montalvão Machado apresentando a obra.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

António Lourenço Fontes: Um padre em busca de um Céu na Terra


Confessou, numa biografia que sobre si se escreveu há uns dez anos atrás, ter escolhido ir para o Seminário para poder ter um rádio. Isto porque, nos recuados anos quarenta do Sec. XX, possuir um rádio representava um poder sem igual. E quem o possuía na sua aldeia, Cambezes do Rio, era, unicamente, o pároco, que do alto da janela, onde o exibia orgulhoso, dava oportunidade aos paroquianos de ouvirem as celebrações religiosas.

Para o Padre Fontes, contudo, possuir um rádio traduzia um poder que ia para além do prestígio. Era um poder que valia pela capacidade única de avistar horizontes amplos, infindáveis, mas também de permitir uma certa evasão intelectual. E foi, em boa verdade, este poder que começou por seduzir o Padre Fontes na inocência dos seus primeiros anos.

“Não vás para padre que te capam”, ainda o avisaram os vizinhos. Mas a ninguém deu ouvidos, nascendo assim um dos padres mais conhecidos e mais controversos do país. Irreverente quanto baste, mediático, combativo, insatisfeito, tornou-se um verdadeiro “ex-libris” das terras de Barroso. Só para o conhecerem, formam-se fiadas de excursões de todo o País. Enche, como poucos, as igrejas onde celebra.

Homem simples, comum, rebelde, satírico, respingão, jamais se afastou do perfil conspícuo de cura de aldeia, preocupado com a melhoria espiritual e material da vida dos seus paroquianos. Ganhou, no entanto, relevo natural o carisma de homem público, estudioso da cultura do seu povo, conferencista atarefado, resistente a caprichos convencionais das autoridades religiosas, cultivador de “ciumeiras” corporativas.

Quando em tempos lhe perguntaram se, como homem “bem apessoado”, nunca teve intimidades com mulheres, ele respondeu simplesmente:

– Não tenho por que me queixar.

Tal e qual. Espontâneo e directo. Deixando ao critério de ouvidos mal ou bem intencionados o desfrute caprichoso da resposta ambígua. Assim é o Padre Fontes. Um homem que luta em prol de um Céu na própria Terra (situada no Barroso, de preferência). Perto das imperfeições humanas e longe de algumas obsessões clericais.


Ps. – Muitos esperavam que ontem (10 de junho) o Presidente da República condecorasse o Padre Fontes, correspondendo ao apelo de um número de qualificados proponentes (pelo menos uma dezena de deputados da Nação). Apelo ignorado, como se viu, o que em nada nos espantou: há universos culturais e simbólicos enraizados no Portugal profundo que, por ignorância ou preconceito, continuam a passar ao largo da lógica snob e bafienta dos salões da capital.


Alexandre Parafita
in Diário de Trás-os-Montes

Foto de Ana André
Legenda: Alexandre Parafita, Bento da Cruz, Padre Fontes, Pires Cabral

quinta-feira, 5 de abril de 2012

A Semana Santa no Portugal profundo


1 – As tradições da Semana Santa apresentam-se, um pouco por todo o país, preenchidas com rituais cristãos e pagãos, cuja origem se perde na lonjura dos tempos. Às vias sacras, endoenças e autos da paixão, juntam-se as queimas do judas, o enterro do bacalhau, a corrida dos rapazes aos sinos, entre outras.

2 – As tradições dos ovos e coelhos da Páscoa, importadas de outras culturas, são reminiscências pagãs, associadas ao culto da fertilidade, sem origens definidas, que tanto podem vir da Europa Oriental como da China.

3 – Em Portugal, sobretudo em Trás-os-Montes, a tradição gastronómica incide sobre a confecção dos folares. São particularmente famosos os de Vinhais e de Valpaços. Após o prolongado jejum da quaresma, os folares da Páscoa aparecem recheados das melhores carnes que, ao longo de semanas, estiveram arredadas das mesas dos camponeses.

4 – Quanto aos autos da paixão, as endoenças e as vias-sacras, traduzem cenários de luto, de reflexão dolorida, expressos dos tons roxos e negros das celebrações. Algumas aldeias ainda conservam as 14 cruzes, ou cruzeiros, que representam as 14 estações que a via-sacra cumpre simbolizando o calvário de Cristo a caminho da crucificação.

5 – Os autos da paixão, enquanto representações de teatro popular, que narram os últimos dias de Cristo, desde a traição até à morte e deposição na cruz, envolvem cerca de quarenta figuras humanas recrutadas no seio do povo, muitas delas pessoas idosas e iletradas, pelo que conservam na memória, durante décadas e décadas, os dizeres dos personagens que encarnam. Alguns dos seus papéis eram, outrora, desempenhados com tal emoção e realismo, que, no ato de agredir ou chicotear, as vítimas chegavam a sair em braços e ensanguentadas de verdade das respectivas cenas, havendo ainda casos em que os atores ganhavam, pela vida fora, as alcunhas dos papéis que representavam, como por exemplo, Cristo, Judas, Caifaz, Pilatos, Fariseu ou Diabo.

6 – No concelho de Vinhais, há a tradição das endoenças, um ritual carregado de emoção, especialmente quando narra a procura desesperada de Cristo por Nossa Senhora, ora seguindo pelas ruas o seu rasto de sangue, ora perguntando a uns e outros se alguém o viu.

7 – Por sua vez, a queima do Judas e o enterro do bacalhau representam impulsos eufóricos de catarse e libertação perante os constrangimentos quaresmais.

8 – No Sábado de Aleluia, à meia-noite, havia outrora a tradição de os rapazes correrem a tocar os sinos das igrejas, que quebravam o silêncio quaresmal. Até então, os toques dos sinos eram proibidos, sendo substituídos por pungentes matracas de madeira e arame, que emitiam sons ritmados, com as quais um mensageiro percorria as ruas apelando ao recolhimento, à reflexão e à oração.

9 – A retomada do toque dos sinos à meia-noite de sábado era disputada pelos rapazes, na crença de que o primeiro que tocasse o sino seria recompensado na descoberta dos ninhos das melhores aves, especialmente a perdiz, o que, noutros tempos, era algo muito cobiçado.

10 – Em Montalegre, mantém-se viva a Queima de Judas, no Sábado de Aleluia. A Câmara Municipal organiza um concurso para melhor mobilizar a população. Mas esta tradição é igualmente ativa noutros pontos do país: Palmela, Azeitão, Vila Nova de Cerveira, Matosinhos, Santa Comba Dão, Tondela, Viana do Castelo, Vila do Conde, Milheirós de Poiares, Tondela, Ponte do Lima, entre outros. Nela se representa o julgamento de Judas Iscariotes, por ter traído Cristo por trinta dinheiros. O povo, armado de tochas, aguilhadas e outros meios, aguarda os momentos da acusação e defesa, a leitura da sentença e, por fim, participa no castigo fatal investindo sobre um sinistro boneco que se incendeia ou explode. Este castigo simboliza a expiação dos pecados do mundo e o fogo tem um carácter simbólico de purificação.

11 – Em Vila Real, esta mesma tradição tem o nome de “Enterro do Bacalhau”, um ritual que responde a outros “enterros”, de sentido inverso, outrora frequentes na região transmontana (enterro do galo na quarta feira de cinzas, enterro do Entrudo…). A tradição do enterro do bacalhau é hoje especialmente praticada na localidade de Constantim, nos subúrbios de Vila Real. Noutros tempos, era toda a cidade a vibrar com o ritual. Um bacalhau enorme feito de cartão seguia escoltado por militares e era julgado perante carrascos, juízes e advogados, tendo, como testemunhas de defesa, os marçanos das mercearias e, de acusação, os empregados dos talhos. O castigo a incidir sobre o bacalhau simboliza a libertação dos constrangimentos da Quaresma, que não permitia o consumo de carne. A partir do Sábado da Aleluia, dia da celebração, já o povo deixa de estar limitado ao consumo de peixe e festeja assim o regresso da carne.

12 – Por fim o Domingo de Páscoa. Mantém-se em Portugal a tradição do Compasso, traduzida num cortejo presidido pelo pároco que visita as casas dos fiéis dando a cruz a beijar e aspergindo com água benta os compartimentos. A carência de sacerdotes tem levado a que muitas aldeias festejem no domingo seguinte a Pascoela, que será a derradeira oportunidade de verem o Compasso a entrar nas suas casas.


Alexandre Parafita
in
Diário de Trás-os-Montes
Foto de: Mário Henriques