Foi conhecida esta noite a morte de Júlio Montalvão Machado, médico
flaviense, conhecido especialmente como político, historiador e homem de
letras. A Região perde, assim, uma figura que muito fez pela cultura e pela
afirmação da transmontaneidade.
Como Governador Civil de Vila Real, nos anos que se seguiram ao 25 de
Abril, teve papel relevante na fundação da nossa Universidade, ao reunir e impulsionar
as forças vivas locais em torno do projecto emergente do então Instituto
Politécnico.
Como homem de cultura escreveu algumas das páginas fundamentais na
compreensão da história antiga e moderna da região transmontana, sendo de
realçar a obra “Crónica da Vila Velha de Chaves”, a par de valiosos estudos
sobre a implantação da República, a história dos Defensores de Chaves e a vida
do antigo Primeiro-Ministro e seu familiar António Granjo, cruelmente
assassinado na famigerada Noite Sangrenta da 1ª República.
Pessoalmente, devo-lhe a gratidão da sua amizade, que deixou vincada em vários momentos inesquecíveis, em especial na apresentação que fez
do meu livro “A Mitologia dos Mouros”, em Valpaços, onde aprendi quase tanto como durante os meses em que o escrevi.
Alexandre Parafita
in Diário de Trás-os-Montes
Na foto de:
o Presidente da Câmara de Valpaços, Eng. Francisco
Tavares,
o então Governador Civil, Dr. António Martinho, eu próprio,
e o Dr.
Júlio Montalvão Machado apresentando a obra.