Estava no seu auge. Era,
na verdade, uma princesa. Na ciência, na literatura, na beleza, no doce sorriso
que contagiava…
Dizem as notícias de hoje
que apareceu morta, sozinha, em sua casa, mergulhada na mais confrangedora
solidão. As reações das elites culturais e políticas não se fazem esperar. A
galera socialite aproveita para se mostrar. É o costume.
Pergunto eu: e quanta
dessa gente não assobiou para o lado quando, há meses, numa entrevista de
grande divulgação, mostrava ela a sua desilusão com a vida, passando pela ordem
de despejo, sozinha, sem emprego, sem recursos financeiros, a recorrer à
Segurança Social, a dar explicações para sobreviver…?
Para homenageá-la, apenas posso recomendar o seu inesquecível romance “Adeus, princesa”, onde a emoção e sensibilidade da história dizem bem da personalidade de quem a escreveu.
