Partiu hoje (12 de abril), após longo
tempo de doença. Notável professora e investigadora da UTAD, influenciou
centenas de alunos que a têm como inapagável referência.
Trás-os-Montes deve-lhe
muito. Ao longo de anos, desenvolveu rigorosos estudos científicos sobre as
características singulares do fumeiro transmontano, especialmente de Vinhais e
do Barroso, conduzindo à sua certificação, o que permitiu relançar a economia
das populações, implementando uma indústria artesanal que estava moribunda, e
assegurar a subsistência de muitas famílias rurais. O fumeiro transmontano é
hoje uma referência em Portugal e no mundo!
Era filha do saudoso
empresário António João Martins (o famoso “João da Salsicharia"), um dos
maiores beneméritos de Vila Real, de quem fui um grande amigo. Poucos o
saberão, mas a nossa memória ainda está ativa para o testemunhar: Este homem
tinha comprado, há meio século atrás, a Quinta de Prados, onde hoje está o
Campus da UTAD. Havia já pago o respetivo sinal ao antigo proprietário que
vivia em Guimarães. Era um negócio chorudo, todos o sabiam. Porém, num famoso
jantar rotário, com um grupo de amigos (vila-realenses como hoje já não há…),
convenceram-no a desistir do negócio. E desistiu, num gesto altruísta que temos
o dever de reconhecer, permitindo que fosse o "Politécnico" a
adquirir a quinta. E mais: contaram-nos que
nem o sinal que tinha pago quis recuperar. Tratando-se de instalar uma futura
universidade em Vila Real, todos tinham de estar de mãos dadas. Era assim
nesses tempos.
Memórias que não
podemos apagar, quando vemos partir uma senhora que tanto respeito e admiração
nos merece. As minhas condolências à família.
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